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Partes de um problema 

(english version)

Paulo Matsushita

16.09.2008

“Nós não sabemos ainda o que pode um corpo”, demarca Néle Azevedo, recorrendo a Espinosa, nas novas obras que ora nos apresenta. E esconde. Ou entremostra. Ou, apresentando partes de um problema – aquilo pelo que ansiamos ou tensionamos (sic) ser–, faz girar à nossa frente, em refração, o objeto-enigma. Chama a atenção nessas peças, ainda que duradouras, o diálogo que estabelecem com as esculturas de gelo: estão ali a mesma precariedade, a mesma errância, agora sob o silêncio diáfano do acrílico. Por fim, num ippon imprevisível, como deve ser, o observador distante, no esforço incauto de decifrar, é visto pela obra, por meio do artifício do acrílico espelhado, e, vítima da Esfinge, flagra-se, em abismo, no enigma.

 


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